Muito antes da era do bafômetro, o álcool era sagrado para a humanidade. E foi isso que fez o mundo ser o que é hoje.
De uns tempos para cá, a bebida
alcoólica virou a grande vilã da sociedade.
Vicia,
engorda,
causa acidentes de trânsito. No mundo moderno, o álcool é meio malvisto. Só que nossos antepassados não pensavam assim: todo mundo enchia a cara (
em alguns casos, até as crianças), em quantidades chocantes para os padrões atuais – no século 19, as pessoas bebiam o dobro de hoje. Mais surpreendente ainda é descobrir que esse porre histórico teve um papel fundamental:
ajudou a humanidade a superar epidemias, desbravar o planeta, construir impérios, vencer guerras, organizar sociedades democráticas e inventar tecnologias essenciais para o dia-a-dia de todo mundo. As pirâmides do
Egito, as
Grandes Navegações, os
EUA, o
feminismo, o
leite em caixinha... sem
bebida, essas coisas não existiriam (ou seriam muito diferentes). Afinal, o pileque é intrínseco ao ser humano: das frutinhas fermentadas que os primatas ingeriam aos últimos avanços da química orgânica – como o álcool que não dá ressaca –, a evolução e a birita andam de mãos dadas. Trocando as pernas, cambaleando e tropeçando de vez em quando. Mas sempre juntas.