Escrito por Nerckie
Antes de mais nada, é bom deixarmos claro que não existe (obviamente) o aluno perfeito. Existe uma diversidade tão grande de parâmetros e qualidades pelos quais podemos ser avaliados que é inviável que nos tornemos virtuosos em todos eles. Bem, então qual o propósito deste artigo?
Justamente apresentar as qualidades que são desejáveis em qualquer vestibulando e naturalmente acabar com alguns mitos.
Vamos imaginar então nosso "aluno perfeito" com uma inteligência impecável, mas um indivíduo que desconheça completamente os processos e regras de um desafio, por exemplo, um jogo de xadrez. Será que nosso aluno conseguiria ganhar (ou mesmo jogar) uma partida sem nem mesmo ter visto esse jogo na vida? Naturalmente não. Assim, concluímos que apesar da inteligência ser muito importante, ela não é garantia de sucesso. Ao nosso aluno faltou algo importantíssimo, tão essencial quanto a própria inteligência: o conhecimento.
Se possível siga outra máxima ainda melhor "Aula dada, aula estudada e revisada"
Comece a rever suas anotações de aula (o quê??? Você não faz anotações de aula???). Faça depois uma leitura mais aprofundada da teoria diretamente no livro/apostila e, se possível, (principalmente nas matérias de Humanas e Biológicas), Faça leituras complementares. Isso é essencial para desenvolver o senso crítico e ler aquela "nota de rodapé" que pode garantir aquele "pontinho matador" na hora da prova.
Aumentar o conhecimento é um processo longo e contínuo, da mesma forma que usar aparelho nos dentes. Não se estresse."Devagar e sempre" é melhor do que "acelerado e nunca mais"
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Vamos supor que ele tenha conseguido fazer algumas questões de matemática (felizmente ele sabia fazer todas!), mas que durante os cálculos ele tenha cometido "pequenos" errinhos como 1 + 2 = 4, ou que, em uma pergunta de História, a questão pedia a alternativa incorreta e ele marcou a correta, e outros "acidentes" do tipo tenham acontecido. Que pena! Nosso aluno perfeito foi reprovado novamente. Mas ele era tão inteligente e culto... Faltou um elemento: Precisão!
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Fazer uma quantidade razoável de questões ajuda o aluno a minimizar falhas comuns de cálculo (convenhamos: perder aquela questão dificílima de Química - que você sabia resolver! - por causa de uma continha de multiplicar? Ninguém merece...)
Há também um ganho natural de agilidade, afinal tudo começa a ficar muito trivial. Em outra matéria ensinaremos um método (ainda melhor) para aumentar em muito sua precisão.
Nosso aluno perfeito agora "dá um show" em inteligência, conhecimento e precisão. E naturalmente foi fazer mais uma prova de vestibular numa conceituadíssima universidade. A primeira questão da prova (de Física) era um verdadeiro desafio. Ele bateu o olho e sacou um método complicadíssimo e trabalhoso de se chegar na resposta. Ficou duas horas na questão, conferiu todos os cálculos (em 5 páginas!). Ele havia acertado a questão (foi um dos únicos!) mas , infelizmente , só deu tempo de acertar aquela. Precisamos falar agora de outro elemento: Eficiência.
Mitos à parte, se a história fosse verdadeira, nós diríamos que os americanos foram eficientes (mas não foram eficazes), afinal o foco deles era no problema e não na solução. Já os russos foram eficazes afinal solucionaram o problema que tinham de uma maneira prática, rápida e barata (o foco foi na solução, e não no problema). Vendo por um exemplo prático, imagine a questão:
(x - 2).(x - 3) = 0Sem maiores explicações, há duas maneiras de resolver:
Primeira maneira (eficiente): Faz a distributiva, você cai numa equação de segundo grau. Dai você usa a fórmula de Bhaskara ( a mais famosa da oitava série, aquela formulinha maior que um trem) e após tanto trabalho vc chega finalmente na solução: x' = 2 ou x" = 3. Cinco minutos depois, marca a alternativa e acerta. Parabéns.
Segunda maneira (eficaz): Você nota que há um produto igual a zero, o que te leva à mesma solução anterior em dois segundos. Você praticamente ganhou 5 minutos. PARABÉNS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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Nosso aluno perfeito agora já é inteligente, culto, preciso e eficaz (agora ele está também com uma "raiva perfeita" da gente, mas isso não vem ao caso!), e cai numa questão cheia de cálculos de Química. Ele faz metade da prova, naturalmente do jeito mais fácil, acerta todas (até agora) só que ele perde um tempo enorme e precioso conferindo e re-conferindo todas as contas. Novamente acabou o tempo da prova, e vamos discutir mais um elemento pertinente: Segurança!
Segurança: Vamos começar pelo seu oposto, a insegurança: sua origem tem três elementos: a "síndrome da calculadora", "síndrome do gabarito" e o fator emocional. Vamos chamar de "síndrome da calculadora" aquela insegurança natural do vestibulando que, em pleno ano de preparo, usa indiscriminadamente a máquina, inclusive para as contas mais simples. Quando ele encarar uma prova de verdade, vai naturalmente ficar inseguro, muitas vezes descobrindo coisas nada agradáveis (como é que eu faço divisão com decimais mesmo?). Deixamos claro: lugar de calculadora de vestibulando é na gaveta ou vestibulando usa apenas quatro ferramentas para cálculo: cérebro, mão, caneta e papel.
Gabarito serve para conferir a questão e não influenciar a sua resposta para um caminho que muitas vezes você não iria seguir numa prova. A dica é a seguinte: se, durante os estudos, você tem 20 questões para fazer, faça as vinte e só APÓS TERMINÁ-LAS confira o gabarito. O fato de muitas vezes a questão estar com a resposta no gabarito mais bem redigida que a sua não significa que a sua resposta está errada. Na dúvida, leve ao professor a sua versão.
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Também ligado à segurança é o processo natural de abandono. Se você não sabe uma questão, "desencane". O que importa não é acertar tudo mas sim fazer o melhor para garantir a vaga!
Nosso amigo "aluno perfeito" agora já é inteligente, culto, preciso, eficiente e seguro. E (olhem só!), ele conseguiu ser o primeiro lugar daquela universidade conceituadíssima! Seu problema agora é enfrentar o assédio de suas novas fãs, mas isso já é outra história...
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