segunda-feira, agosto 16

O que faz a supercola ser tão super?

A supercola merece o nome que tem: uma simples gota pode unir permanentemente seu polegar ao indicador, e mais rápido do que você possa dizer "ops!". Para se ter uma idéia, uma área colada de 6 cm2 pode segurar mais de uma tonelada. Mas como funciona este material extraordinário? A resposta está no seu ingrediente principal, o cianoacrilato (C5H5NO2 para os fãs da química).

O cianoacrilato é uma resina acrílica que seca (forma sua ligação mais forte) quase instantaneamente. O único gatilho que ele precisa são os íons hidroxila na água, o que é bem conveniente, já que praticamente qualquer objeto que se tente colar terá pelo menos vestígios de umidade na sua superfície.

Colas brancas, como a Tenaz, colam pela evaporação do solvente. O solvente na cola escolar multiuso Tenaz é a água. Quando a água evapora, a emulsão de acetato de polivinil que foi espalhada nas fendas forma uma argamassa flexível. Já a supercola, por outro lado, sofre um processo chamado polimerização aniônica. As moléculas do cianoacrilato começam a se unir quando entram em contato com a água e se enrolam em cadeias para formar uma malha plástica durável. A cola vai se tornando mais espessa e dura até que os filamentos moleculares não podem mais se mover.

Se você acha que a capacidade do cianoacrilato de consertar objetos quebrados é demais, espere só até descobrir seus outros truques. Os vapores da supercola às vezes são usados em investigações criminais para detectar impressões digitais ocultas. Funciona assim:

  • o objeto a ser inspecionado em busca de digitais é colocado em um recipiente aquecido e hermeticamente fechado;
  • o cianoacrilato é introduzido. Ele evapora e ventiladores o fazem circular pelo recipiente;
  • a cola gasosa reage com materiais que podem ter sido deixados para trás em impressões digitais (tais como aminoácidos e a glicose) e os torna visíveis.
Um outro uso interessante do cianoacrilato é para fechar ferimentos, substituindo os pontos. Os pesquisadores descobriram que trocando o tipo de álcool usado na supercola, de álcool etílico ou metílico para butílico ou octílico, o composto fica menos tóxico para os tecidos. Com mais pesquisas, esta prática pode se tornar mais difundida e acabar substituindo a necessidade de costurar lacerações.

Aliás, se acontecer de você se encontrar numa "situação supergrudenta", um pouco de removedor de esmaltes de acetona ajuda a descolar os dedos.

Aqui estão alguns links interessantes:


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