quinta-feira, março 31

Explique o que é o diabetes

Edição 1757, 26 de junho de 2002

Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, Biologia
Antonio Milena
Uma diabética aplica insulina no próprio sangue: a falta do hormônio no controle do distúrbio pode levar à morte

Explique o que é o diabetes. E previna os alunos contra ele

Alimentação balanceada e exames médicos precisos são as grandes armas para combater a doença


Preparação da aula
Exercícios e outras atividades
Para debater
Experiência


"Cardápio Absolvido", pág. 65 de VEJA
Uma aula de 50 minutos


Alimentação, índice glicêmico e diabetes


Selecionar, relacionar e interpretar dados e informações para tomar decisões e enfrentar situações-problema


Discutir as formas de prevenção do diabetes por meio de experiência de medição do nível de açúcar no organismo

O índice glicêmico dos alimentos certamente já tirou o sono de muitos seguidores de dietas, temerosos de mastigar mais uma cenoura aqui ou um croissant acolá. Segundo VEJA, essa ditadura de números que costuma acompanhar um pedaço de melancia ou uma porção de arroz está com os dias contados. É possível, sim, comer de tudo um pouco, desde que com o devido bom senso. Use a boa nova para enfatizar para a turma o valor de uma alimentação equilibrada. Aproveite para esclarecer o que é o diabetes — um distúrbio no metabolismo do qual ninguém está livre — e quais as formas de prevenção.


Preparação da aula

Dois dias antes, divida a turma em cinco grupos e peça que cada um elabore e siga um dos tipos de dieta sugeridos abaixo. O consumo por pessoa deve ser de 2500 a 3000 calorias por dia.

Grupo 1: Dieta pobre em lipídios (carnes brancas, carne de peixe, verduras cruas etc.);
Grupo 2: Dieta muito rica em lipídios (bacon, carnes vermelhas, ovos etc.);
Grupo 3: Dieta muito rica em carboidratos (pizza, macarrão, pães etc.);
Grupo 4: Dieta pobre em carboidratos (semelhante à do grupo 1); e
Grupo 5: Dieta balanceada (a sugerida por VEJA, acrescida de carne)

Providencie também o material do experimento (veja abaixo):

  • Reagente de Benedict (solução azulada vendida em farmácias de manipulação e drogarias);
  • Tubos de ensaio; e
  • Lamparina ou bico de Bunsen.

Exercícios e outras atividades

No dia combinado, um voluntário de cada equipe deve colher cerca de 100 mililitros da primeira urina da manhã em um frasco limpo. Caso a aula seja à tarde, o invólucro dever ser conservado na geladeira. No laboratório, oriente a experiência do quadro e discuta os resultados. Que tipo de dieta contribui para um índice maior ou menor de açúcar no sangue? Qual grupo necessita tomar mais cuidados para evitar o diabetes? Se achar conveniente, incentive os alunos a fazer exames mais precisos para detectar predisposição ao distúrbio. Enfatize que a prevenção ainda é o melhor remédio.


Para debater

Pergunte quem gosta de comer os alimentos sugeridos na reportagem. Ressalte que o público-alvo ao qual o texto se dirige é afeito a dietas. Que informação é possível extrair desse detalhe? Pergunte quem sabe definir o diabetes e peça que os adolescentes falem de ocorrências da doença na família, caso existam.

Conte que o diabetes é um distúrbio no metabolismo do organismo provocado quando as células de uma pessoa não respondem mais aos estímulos da insulina, um hormônio produzido pelo pâncreas e que tem a função de absorver tudo o que é doce na alimentação. Sem a insulina, o açúcar não entra na célula — para gerar energia — e fica boiando no sangue, onde o acúmulo de glicose pode até levar à morte.

Ensine que o diabetes se divide em dois tipos. O primeiro, mais raro, é também conhecido como insulino-dependente. Ele responde por 5% a 10% dos casos e os sintomas surgem por volta dos 7 anos de idade. As células do pâncreas, que normalmente produzem insulina, são destruídas pelas de defesa do nosso corpo por um motivo ainda desconhecido. Isso faz com que a taxa de glicose se eleve (hiperglicemia). A saída é injetar insulina sob a pele para ser absorvida pelo sangue. Se a vítima ficar sem as injeções desse hormônio, pode morrer em poucos dias.

Lance uma questão: por que o diabetes aparece em algumas pessoas e em outras não? Explique que o fator hereditário tem um papel importante, mas, na prática, o distúrbio nunca é transmitido diretamente de pai para filho.

Já no segundo tipo de diabetes, esclareça que o pâncreas tem pouca influência. O problema principal está no resto do corpo. Afetadas por fatores externos (obesidade, principalmente), as células tornam-se insensíveis à insulina. Estudos mostram que 40% da população adulta do planeta está acima do peso adequado, mas o fato de uma pessoa ser gorda não é determinante para que a doença se manifeste no organismo.

Desafie a curiosidade da turma. Será que todos os portadores do diabetes do tipo 2 produzem insulina? A resposta é sim. Mesmo quando o distúrbio é diagnosticado, a maioria das pessoas continua fabricando o hormônio pelo resto da vida. O principal motivo para que os níveis de glicose no sangue permaneçam altos é a incapacidade das células musculares e adiposas de usar toda a insulina secretada pelo pâncreas. Assim, muito pouco da glicose presente no sangue é aproveitado por essas células.

Com tais explicações, não será difícil os adolescentes perceberem que o principal objetivo do tratamento ao qual se submete um diabético é normalizar sua glicemia (taxa de açúcar no sangue). Para conseguir um perfeito equilíbrio metabólico, é necessária uma harmonia entre dieta, exercícios físicos e medicação. Sem isso, o organismo apresenta quadro de hipo ou hiperglicemia. No primeiro caso, ocorre uma queda excessiva de açúcar no sangue. Isso se dá por falta de refeições regulares, excesso de exercícios físicos, administração de doses altas de insulina ou consumo excessivo de bebidas alcóolicas. Há o surgimento de sintomas como fome súbita, fadiga, tremores e taquicardia e os níveis de glicose no sangue ficam abaixo de 70 miligramas por decilitro.

Já a hiperglicemia é causada por excesso de alimentação, medicação insuficiente, tensão emocional e ausência de exercícios físicos. Esse conjunto de fatores eleva as taxas de glicose no sangue muitas vezes para mais de 180 miligramas por decilitro após as refeições, causa problemas circulatórios e cardíacos, visão turva, sede, excesso de urina e enfermidade nos rins e, em casos mais graves, leva à amputação de pés e pernas.


Experiência

Para medir o nível de glicose no organismo

O MATERIAL

Despeje 10 mililitros de urina num tubo de ensaio e pingue 10 gotas do reagente de Benedict

A FERVURA

Com o auxílio do bico de Bunsen, leve o tubo com a urina e o reagente à ebulição. Tome cuidado para que a urina não espirre para fora do recipiente

O RESULTADO

Após a fervura, verifique a alteração na cor original do reagente. Na presença de pouca glicose, ele muda de azulado para esverdeado. Caso o nível de açúcar encontrado no sangue seja alto, a cor muda para amarelo-tijolo



www.alimentosecia.hpg.ig.com.br
www.terra.com.br/saude

Os sites acima informam os teores calóricos e os valores nutricionais de diversos tipos de alimentos


Plano de aula proposto por Miguel Castilho Junior, professor de Biologia da Escola Nova Lourenço Castanho, de São Paulo

Fonte:

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
CódigoFonte.net